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  • Foto do escritorRodrigo Souza

(Des)aprendizagem


Já é possível ver sinapses acontecendo e neurônios morrendo como quem vê o capítulo de uma novela. A tecnologia hoje permite que se veja qual atividade realizada ativa determinado campo cerebral. A taxionomia da selvageria biológica da fauna e da flora do campo cinzento, o cérebro humano-animal.


Dele já somos capazes de dizer que tudo é plasticidade, é todo capacidade, é finito o cérebro, mas infinito em mistério. E é grandiosa a capacidade de se moldar até na falta de um pedaço seu. Pois reaprende. Recondiciona. Refaz mesmo desfeito. Já sabemos muito, mas ainda há muito por fazer.


Longe de mim dizer que sei exatamente do que estou falando. Nem sei. Não sou neurologista. Hoje todos se metem a falar daquilo que não sabem, daquilo que não aprenderam. Mas meu cérebro é quem aqui vai concatenando o que quero dizer: Mesmo com tanto saber, temos muito mais ainda o que desaprender.

Importa tanto quanto o aprendizado. A desaprendizagem é fundamental. Eis um nicho que se pode vender. Como tudo hoje é venda. Que vendessem cursos de desaprendizado. O quão útil seria. Se abriria outro mercado.

Aprender hoje em dia nos parece muito mais fácil. Desaprender é que é difícil e muito complicado.


Digo isso por que na prateleira das apostilas que acumulo, erradas ou certas, nenhuma é sobre desaprendizado. Como, por exemplo, posso desaprender a ser sem fé se caso eu tivesse o desejo de viver sem ela? Quais são os passos a tomar?

Rubem Alves, meu amigo de longa data e que entre nós não está mais, dizia que assim como é importante memorizar, também é importante esquecer. O esquecimento tem sua importância.


Retomando. Diria que nos seria, hoje, mais útil, a desaprendizagem.

Que nos ensinem a desaprender as coisas que nos paralisam, que nos fazem cair nos mesmos buracos, o que nos fazem voltar pra mesma caverna. É preciso desaprender a ser esse tipo de gente brasileira. Desaprender a ter vergonha de ser quem somos. Desaprender a ignorar o outro. Desaprender a ser assim, pra ser outro. Desaprender a usar o medo. Desaprender a desprezar.


Quem sabe a psicologia da educação já até trate disso. Que não demorem a nos ensinar a desaprender. Se você sabe, não tarde em dizer como é que se desaprende. Tenho interesse em aprender também.

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